Mergulho no Great Blue Hole, em Belize.

Chega a ser irônico, que o real motivo para que eu estivesse ali em Caye Caulker fosse um buraco bem profundo, escuro, frio e infestado de tubarões. Isso porque a ilha é a base mais estratégica para quem deseja encarar o desafio de mergulhar no mundialmente famoso Great Blue Hole (“buraco azul”). No centro do Lighthouse Reef, o buraco de 300 metros de diâmetro e 124 de profundidade forma uma circunferência de um azul intenso contornado por uma fina linha verde esmeralda. A imagem dessa maravilha cuja origem é incerta – cientistas especulam que pode ter sido formado quando o teto de uma enorme caverna ruiu, há muitos milhares de anos – é o maior cartão postal de Belize e também o sonho de todo mergulhador. Há aproximadamente 100 km da costa de Belize. Faz parte da extensa barreira de corais do país e foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1996.

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Muito provável que você já tenha visto uma imagem de lá rolando pela internet. Talvez tenha tido ela, inclusive, como papel de parede do seu computador. Se você não se recorda do Blue Hole, vou refrescar a sua memória. Mais detalhes aqui no maps do google.

Essa imensa cratera ficou mundialmente conhecida quando o mergulhador francês Jacques Cousteau declarou tratar-se de “um dos 10 melhores pontos de mergulho no mundo”. E não foi à toa! Com suas águas mornas e transparentes, somado à formação diversidade de vida marinha, o Great Blue Hole passou a figurar na bucket list da maioria dos mergulhadores recreacionais.

O barco parte de Caye Caulker logo cedo às 6:00 da manhã, e retorna às 6:00 da tarde. A saída compreende 3 mergulhos, em 3 pontos diferentes. A viagem até o primeiro ponto é longa 2:30 horas, em média – mas os barcos costumam ser confortáveis e oferecerem água e frutas.

O primeiro ponto de mergulho é o próprio Blue Hole, por ser a mais profunda das imersões. Passado o briefing no barco e divididos os grupos, é feita uma descida a 40 metros, onde se vê a impressionante formação de estalactites e estalagmites.

No local não há corais e nem muita vida marinha, mas é possível ver alguns peixes, além de espécies de tubarão de arrecife (Caribbean Reef Shark, Nurse Shark, Lemon Shark, Blacktip Shark). Se der sorte você poderá encontrar também algum Bull Shark, Tiger Sharke/ou Hammerhead Shark perdido por lá.

No vídeo abaixo você confere o mergulho que eu fiz no Great Blue Hole, em Belize.

Para quem nunca fez curso de mergulho, é possível ir junto e fazer snorkel nas paradas, por cerca da metade do preço.  A minha esposa me acompanhou e fez snorkel tranquilamente pela borda do Blue Hole.

Mapa dos pontos de mergulho na Ligthhouse Reef.

O segundo mergulho é feito no Long Caye Aquarium, na parte de fora do Blue Hole, no Lighthouse Reef, um atol de águas rasas, mornas e transparentes. Aqui a fauna e flora marinha dão as caras em expressiva quantidade. Além de coloridos corais, você encontrará diversas espécies de peixes (Barracudas, Garoupas, etc), tubarões de arrecifes e tartarugas.

Antes do último mergulho o barco faz uma pausa para o almoço no Audubon Sanctuary of the Red Footed Booby Birds, que fica na Ilha Half Moon Caye, onde se pode observar essas aves (também conhecidas como Sula Sula), além de grandes iguanas. E é claro, dar uma cochilada na sombra de um coqueiro após o rango!

De volta ao barco, o 3º e último mergulho é no Half Moon Caye Wall. Com características similares à 2ª imersão, acrescenta-se a quantidade de arraias e nurse sharks. Vou detalhar esse mergulho em um outro post.

Informações úteis que você precisa saber

– A escolha da Operadora de mergulho é muito importante: Leia bastante à respeito dela antes de contratar a expedição.

– A viagem dura praticamente o dia todo. Embora as águas daquela região sejam tipicamente calmas, enjoos podem acontecer. Se você é propenso a essa situação, não esqueça o remédio.

– Os preços dos mergulhos em geral são negociáveis, variando pelo número de pessoas, dias de mergulho, aluguel de equipamentos etc.

– Na alta temporada (jan/fev e jun/jul) os barcos costumam ficar cheios. Talvez uma reserva seja recomendável. (Eu reservei pelo site da operadora)

– Com os barcos cheios, cresce a importância de controle do seu equipamento. É razoável identificá-lo antes de embarcar.

– Algumas agências de turismo alugam câmeras fotográficas subaquáticas. Vale a pena alugar, pois é um momento único e precisa ser registrado!

Operadora que nós indicamos

Frenchie’s Diving (Não ganho nada por divulgar, é que fomos muito bem tradados nessa operadora). Fiz todo o contato por e-mail e reservei as nossas vagas pelo site da operadora. Embarcação confortável, equipe super atenciosa e bem capacitados. Toda a operação foi muito bem organizada, e são super atentos aos cuidados com a preservação dos locais de mergulho. Não tocar nos animais e não tocar nos corais. Trazer apenas lembranças, fotos e vídeos dos mergulhos.

>Dica: Leve repelente, como a saída é às 6:00 da manhã e eles pedem pro pessoal chegar uns 40 min antes às 05:20. Nesse horário lá no pier da operadora você será atacado por centenas de mosquitos.

Lá no pier da Frenchie’s Diving  você conhecerá uma figura ilustre, o ORCA, um cachorro super dócil. Só tem tamanho mas é muito manso. Antes da saída, eu como adoro cachorro, fiquei brincando com ele por lá.

Bons mergulhos e boa viagem.

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